Como Surgiu a Pornografia

Pornografia aponta para todos os tipos de devassidão sexual, indecência e obscenidade. A pornografia, tal qual a conhecemos, começou a partir do século 17, e um de seus pioneiros foi o escritor Marquês de Sade (1740-1814).

Na época, ele foi um dos responsáveis por disseminar a cultura pornográfica, utilizando uma linguagem obscura, juntamente com a filosofia. Para Sade, a moral não existia. Além disso, ele defendia que o homem é mais forte do que a mulher, e, por isso, poderia fazer o que quisesse com ela.

Ele foi preso, acusado de bater em prostitutas e feri-las fisicamente; por isso, seu nome é relacionado até hoje à prática de sadomasoquismo. Na prisão, Sade escreveu vários livros. Por conta disso, até hoje ele é aclamado por vários ícones da literatura pornográfica e do teatro.

O Marquês de Sade desafiou até a própria Igreja católica, na época, por desafiá-la, exaltando desejos escusos e a imoralidade, incentivando as pessoas a terem vontade de realizar as práticas sexuais mais depravadas. Com o passar dos anos, os contos eróticos misturados com a filosofia foram se disseminando e influenciando as pessoas da época. Os plebeus, devido a essa influência, começaram a ter fantasias eróticas depravadas, que eram colocadas em prática com as prostitutas. Muitos desses contos, inclusive, foram feitos dentro dos prostíbulos.

Depois dos contos, vieram as obras de arte, das mais diversas: pinturas eróticas, murais, pessoas nuas retratadas, ou seja, a sexualidade explícita como forma de arte. Com a descoberta da fotografia, surgiram várias fotos, ainda em preto e branco, de imagens pornográficas. Ou seja, fotos explícitas tiveram origem logo após a invenção da fotografia.

Com o passar do tempo, surgiram então as revistas — dentre as quais a mais conhecida talvez seja a “Playboy”. Vieram também os filmes pornográficos, por meio das fitas VHS — talvez as novas gerações não as conheçam, mas para assisti-las, era necessário possuir um videocassete.

No Brasil, a TV aberta também teve e tem um papel na disseminação da cultura pornográfica. Um exemplo é o caso das novelas e dos programas de auditório. Nos anos 1990, um programa popular trazia mulheres bonitas usando apenas biquínis super pequenos, as quais ficavam dentro de uma banheira, juntamente com um homem que procurava sabonetes. Nesse quadro, as mulheres não deveriam deixá-lo tirar os sabonetes da banheira. Obviamente, nessa competição, seios e glúteos femininos eram o destaque.

A música também teve o seu papel nessa cultura da pornografia. Ainda nos anos 1990 surgiram bandas de axé, com um repertório de músicas com linguagem sexual e coreografias super obscenas, que incentivavam tanto os meninos quantos as meninas a consumirem conteúdo pornográfico.

Por volta dos anos 2000, a internet rápida chegou ao país, nos computadores desktop. Este foi provavelmente o estopim para a epidemia da cultura pornográfica, porque, em vez de ir a locadoras e ter de passar constrangimento para alugar um filme pornográfico, passando pelo caixa e mostrando uma capa sensual, com a internet, já não havia qualquer embaraço, além de ser um meio gratuito e poder ser acessado a qualquer momento. Assim, privada e de fácil acesso, a pornografia pela internet se tornou fácil, não havendo a necessidade de pagar multa por entregar o filme locado depois da data de entrega.

Em 2007, a Apple lança o primeiro smartphone, mas a popularidade dos celulares inteligentes só veio em meados de 2012. A partir daí, os vídeos nos aparelhos viraram febre, e a pornografia pegou carona. Com isso, os vídeos pornográficos estavam na palma da mão do compulsivo, que poderia levá-lo consigo para o banheiro e para onde mais quisesse. Estudos comprovaram que um vídeo pornográfico de 10 minutos, hoje, equivale a todo o consumo de pornografia de toda a vida de nossos avós.

Recentemente, de forma subliminar, mascarada de arte, surgiram várias peças, em diversos museus, de apologia à pornografia. Nelas há exposição de pessoas totalmente nuas, e, o pior: com crianças acariciando-as. Há também diversas mostras, em que telas expostas apresentam, às vezes de forma subliminar, às vezes de forma explícita, diversas imagens pornográficas.

Hoje, vemos a música tendo um papel apologético para a pornografia, com letras incentivando uma cultura na qual a mulher é objeto sexual e tem sua imagem distorcida, além de videoclipes com “divas da música” usando decotes cada vez menores e em posições sexuais cada vez mais explícitas.

Os shows de funk, axé, sertanejo, entre outros, chegaram a um nível degradante para a mulher em cima do palco, fazendo as mais variadas poses e encenando, quase que explicitamente, o sexo.

A publicidade também tem o seu papel na pornografia, porque mulheres seminuas vendem — e vendem muito! Por isso, vemos, por exemplo, comerciais de cerveja que colocam modelos bonitas quase nuas para fazer veicular sua publicidade.

Tivemos há pouco tempo a disseminação de livros nas escolas públicas, para crianças, ensinando a fazer sexo — heterossexual e homossexual. Tudo isso foi feito de forma sutil, com o argumento de se estar ensinando educação sexual.

Portanto, vivemos em uma sociedade erotizada por todos os lados, e a cada dia vemos a cultura pornográfica se reinventando para o consumo cada vez maior por pessoas de todas as idades, desde crianças até adultos, pessoas da terceira idade, jovens e adolescentes.

Sendo assim, a pornografia vai muito além de simplesmente os filmes. Tornou-se um conceito que deturpa completamente o sexo em nossa sociedade. Na cultura da pornografia, o homem tem de subjugar a mulher. Já a mulher, para conquistar o homem, tem de ser extremamente sensual, naquele jogo de sedução demoníaca por meio do seu corpo. O relacionamento matrimonial é visto como “careta” — e, por conta disso, está completamente deturpado. Hoje, o que vale é conseguir o maior número de parceiros possíveis, numa quantidade infinita de relações sexuais das mais diversas possíveis.

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